sexta-feira, 4 de julho de 2008

QUAL O TAMANHO DA QUEDA?

Por Gustavo Lobo e Eduardo Lang, da Uniinvest

Essa é pergunta que repercute na cabeça de todos os investidores nos dias de hoje. Depois de vários anos de forte alta, o Ibovespa fecha o primeiro semestre de 2008 com uma leve valorização de 1,80%. Para quem está no mercado a partir de 2003 é uma situação atípica. 

A presente situação da economia mundial enseja preocupação. O mercado mundial sofre com a ameaça de inflação e os BCs deverão iniciar um processo de elevação nas taxas de juros. Assim, é natural que os mercados reflitam essa preocupação com uma baixa dos índices. Entretanto, condições desfavoráveis já foram vistas antes e o mercado se recuperou após essas quedas. Assim, se o mercado for retomar sua tendência de alta, a partir de qual nível isso pode acontecer? 

Para os fins desse ensaio,  buscamos comparar a presente queda da bolsa com as grandes correções sofridas pelo mercado brasileiro desde o início da forte alta de 2003. Vamos a elas: 

Em janeiro de 2004, o Ibovespa fez um topo em 24.500 pontos e em seguida iniciou sua correção, montando um fundo em 18.500 pontos, uma correção de cerca de 24,50%. 

Em março de 2005, o  Ibovespa montou um topo em 29.500 e corrigiu até o fundo de 23.600, mais uma vez uma correção na casa de 20%. 

Em maio de 2006, o topo foi feito em 42.000 pontos e o fundo formado em 32.000 pontos, mais uma vez uma correção de na casa de 23,80%. 

Em julho de 2007, o topo formado pelo mercado estava em 58.000 pontos e o fundo em 45.000, correspondendo a outra correção na casa de 22,50%. Ainda em 2007 e inicio de 2008, houve uma nova correção, desta vez com topo em 66.500 e fundo em 53.000, totalizando cerca de 20%. 

Assim, tomando por base o histórico do Ibovespa, podemos observar que nos últimos anos as maiores correções do mercado provocaram quedas em torno de 20%. Ora, o topo atingido em maio se deu na casa dos 73.700 pontos.  Se o padrão de correções em torno de 20% se mantiver, teremos um fundo em torno de 59000 pontos. 

Como podemos ver no gráfico abaixo, temos como suporte o topo de julho de 2007, que se formou na casa dos 58 000 pontos. 

Esse é um ponto importante, a partir do qual o mercado poderá reunir forças para tentar continuar sua alta ou tentar um repique para enfim reverter a longa tendência primária.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Para onde vai a Petrobrás?

Por Gustavo Lobo e Eduardo Lang, da Uniinvest

O relatório de empregos divulgado hoje pela manhã nos EUA evidenciou que a economia dos EUA continua a se deteriorar. O número veio dentro das expectativas do mercado, o que pode diminuir o frenesi de vendas das últimas semanas, mas o mercado já encara a economia dos EUA como estando em recessão.

Essa fraqueza econômica não deixa espaço para o FED fazer muita coisa, a não ser continuar advertindo o mercado sobre os riscos inflacionários. Como cão que ladra não morde, a credibilidade do Banco Central Americano nesse sentido não é das maiores. Assim, não se deve esperar nenhum movimento da taxa básica americana nos próximos meses.

O  cenário que se desenha para os próximos meses continua sendo de volatilidade, com a tendência de alta das commodities, especialmente o petróleo, afetado pela baixa taxa de juros nos EUA.

Esse cenário é positivo para as ações baseadas em commodities da bolsa brasileira, especialmente a Petrobrás. A queda das últimas semanas foi causada principalmente por venda de estrangeiros. Graficamente, o ativo está em próximo de ponto de suporte e sua tendência de alta está intacta.

Graficamente petrobras respeitou o suporte em 43,00 e repicou aos 46,50, primeira resistência forte. Porém dado o cenário negativo dos mercados no pregão de ontem ela caminhou novamente na direção dos 43,00 e poderá testar esse patamar. Sua perda deverá levar a cotação da ação PN até os 41,00.

O movimento dos preços desde o dia 23 de junho sinalizam a configuração de um possível fundo em 43,00. Mas voltamos a alertar, a perda desse patamar descarta a possível retomada da alta dos preços de petrobras. E a confirmação da retomada altista se dá somente após o rompimento dos 46,50.