sexta-feira, 9 de maio de 2008

Emissão de ações e fusões e aquisições devem crescer em países emergentes, aponta Merrill Lynch

Valor Online
08/05/2008 18:31

SÃO PAULO - Para o banco de investimentos Merrill Lynch os mercados emergentes são uma boa história de crescimento, pois são uma classe ativo subcapitalizada e pouco alavancada. Por esta razão, o banco acredita que as emissões de ativos e as fusões e aquisições apresentam tendência de alta. 

O banco lembra que para cada US$ 1 emitido em 2003, foram US$ 7 emitidos no ano passado. Este expressivo crescimento coloca os emergentes como responsáveis por 35% das emissões globais em 2007. 

Também foi verificado um forte crescimento nas atividades de fusão e aquisição (M & A). Para cada anúncio de fusão e aquisição em 2003, ocorreram quatro negócios em 2007, tornando os emergentes responsáveis por 28% da atividade global em M & A. 

No entanto, o banco lembra que este forte crescimento não isenta as companhias emergentes da necessidade de aumentar sua alavancagem, o que torna a expansão via emissão de ativos uma tendência forte. 

Somente em 2007, em termos agregados, as empresas emergentes levantaram mais de US$ 550 bilhões no mercado de capitais. Foram quase US$ 200 bilhões em ações, cerca de US$ 100 bilhões em dívida corporativa e outros US$ 200 bilhões via private equity. Em 2003, as emissões totais não atingiram US$ 150 bilhões.

Na América Latina, as emissões de ações, primárias e secundárias, foram recorde, somando US$ 35,6 bilhões. Cifra três vezes maior que os US$ 11,5 bilhões de 2006. Para efeito de comparação, em 2003, foram apenas US$ 200 milhões. Para o banco, este expressivo crescimento decorre de um base de partida muito baixa.

Na avaliação por setor, o banco indica que as emissões continuam bastante concentradas em bancos, indústria, energia e matérias-primas.

Neste começo de ano, no entanto, a turbulência nos mercados financeiros internacionais se fez sentir, reduzindo sensivelmente a atividade nos mercados de capitais. Em termos anualizados, a emissão de ações no primeiro trimestre somou US$ 84 bilhões, pior resultado em dois anos, enquanto a emissão de títulos corporativos somou US$ 18 bilhões, menor ritmo em quatro anos.

Outro ponto destacado pelo Merrill Lynch é a enorme possibilidade de fusões e aquisições entre as empresas de baixa capitalização, ou small caps. 

Segundo o banco, existem 660 empresas atuando dentro do fragmentado e pouco alavancado mercado doméstico emergente. Um setor propenso a consolidação seria o de consumo, pois é bastante pulverizado e tem baixa alavancagem. 

No ano passado, segundo dados do Merrill Lynch, os emergentes fecharam 400 negócios em M & A totalizando US$ 192 bilhões, ultrapassando, assim, os 318 negócios (US$ 110 bilhões) observados entre os desenvolvidos. 

O banco também chama atenção para um fato novo. A compra de empresas em mercados desenvolvidos por companhias emergentes. No ano passado, esta modalidade de aquisição mais que dobrou, somando US$ 80 bilhões, o que representa 43% de todos os negócios fechados por empresas emergentes.

(Eduardo Campos | Valor Online)

Um comentário:

Renato disse...

Grande Gustavo, parabéns pelo retorno do seu blog. Lembra que eu te escrevi que tinha sido uma pena quando ele saiu do ar. Pois bem agora estou muito alegre. Neste meio tempo procurei me aprofundar um pouco na análise fundamentalista e concordo com você: "nem tudo que reluz é ouro".