sexta-feira, 4 de julho de 2008

QUAL O TAMANHO DA QUEDA?

Por Gustavo Lobo e Eduardo Lang, da Uniinvest

Essa é pergunta que repercute na cabeça de todos os investidores nos dias de hoje. Depois de vários anos de forte alta, o Ibovespa fecha o primeiro semestre de 2008 com uma leve valorização de 1,80%. Para quem está no mercado a partir de 2003 é uma situação atípica. 

A presente situação da economia mundial enseja preocupação. O mercado mundial sofre com a ameaça de inflação e os BCs deverão iniciar um processo de elevação nas taxas de juros. Assim, é natural que os mercados reflitam essa preocupação com uma baixa dos índices. Entretanto, condições desfavoráveis já foram vistas antes e o mercado se recuperou após essas quedas. Assim, se o mercado for retomar sua tendência de alta, a partir de qual nível isso pode acontecer? 

Para os fins desse ensaio,  buscamos comparar a presente queda da bolsa com as grandes correções sofridas pelo mercado brasileiro desde o início da forte alta de 2003. Vamos a elas: 

Em janeiro de 2004, o Ibovespa fez um topo em 24.500 pontos e em seguida iniciou sua correção, montando um fundo em 18.500 pontos, uma correção de cerca de 24,50%. 

Em março de 2005, o  Ibovespa montou um topo em 29.500 e corrigiu até o fundo de 23.600, mais uma vez uma correção na casa de 20%. 

Em maio de 2006, o topo foi feito em 42.000 pontos e o fundo formado em 32.000 pontos, mais uma vez uma correção de na casa de 23,80%. 

Em julho de 2007, o topo formado pelo mercado estava em 58.000 pontos e o fundo em 45.000, correspondendo a outra correção na casa de 22,50%. Ainda em 2007 e inicio de 2008, houve uma nova correção, desta vez com topo em 66.500 e fundo em 53.000, totalizando cerca de 20%. 

Assim, tomando por base o histórico do Ibovespa, podemos observar que nos últimos anos as maiores correções do mercado provocaram quedas em torno de 20%. Ora, o topo atingido em maio se deu na casa dos 73.700 pontos.  Se o padrão de correções em torno de 20% se mantiver, teremos um fundo em torno de 59000 pontos. 

Como podemos ver no gráfico abaixo, temos como suporte o topo de julho de 2007, que se formou na casa dos 58 000 pontos. 

Esse é um ponto importante, a partir do qual o mercado poderá reunir forças para tentar continuar sua alta ou tentar um repique para enfim reverter a longa tendência primária.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Para onde vai a Petrobrás?

Por Gustavo Lobo e Eduardo Lang, da Uniinvest

O relatório de empregos divulgado hoje pela manhã nos EUA evidenciou que a economia dos EUA continua a se deteriorar. O número veio dentro das expectativas do mercado, o que pode diminuir o frenesi de vendas das últimas semanas, mas o mercado já encara a economia dos EUA como estando em recessão.

Essa fraqueza econômica não deixa espaço para o FED fazer muita coisa, a não ser continuar advertindo o mercado sobre os riscos inflacionários. Como cão que ladra não morde, a credibilidade do Banco Central Americano nesse sentido não é das maiores. Assim, não se deve esperar nenhum movimento da taxa básica americana nos próximos meses.

O  cenário que se desenha para os próximos meses continua sendo de volatilidade, com a tendência de alta das commodities, especialmente o petróleo, afetado pela baixa taxa de juros nos EUA.

Esse cenário é positivo para as ações baseadas em commodities da bolsa brasileira, especialmente a Petrobrás. A queda das últimas semanas foi causada principalmente por venda de estrangeiros. Graficamente, o ativo está em próximo de ponto de suporte e sua tendência de alta está intacta.

Graficamente petrobras respeitou o suporte em 43,00 e repicou aos 46,50, primeira resistência forte. Porém dado o cenário negativo dos mercados no pregão de ontem ela caminhou novamente na direção dos 43,00 e poderá testar esse patamar. Sua perda deverá levar a cotação da ação PN até os 41,00.

O movimento dos preços desde o dia 23 de junho sinalizam a configuração de um possível fundo em 43,00. Mas voltamos a alertar, a perda desse patamar descarta a possível retomada da alta dos preços de petrobras. E a confirmação da retomada altista se dá somente após o rompimento dos 46,50.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

ESTRATÉGIAS DE HEDGE PARA INVESTIDOR INDIVIDUAL

O investidor individual na bovespa sofre quando o mercado reverte uma tendência de alta e inicia uma correção. A carteira perde a rentabilidade e a grande maioria acaba realizando alguma posição, deixando parte do lucro no mercado ou, até mesmo, incorrendo em prejuízo.

Com a criação dos contratos de mini índice futuro de ibovespa, o investidor pode agora proteger sua carteira e, reduzir as perdas com as correções do mercado.

O mini contrato futuro de ibovespa negociado através do sistema Web Trading, tem o tamanho equivalente a 20% do contrato padrão de índice bovespa, constituindo assim uma excelente alternativa de hedge[1] para o investidor individual.

Para operar mini contratos, é necessário um cadastro numa corretora associada a BMF e, utilizar o Web Trading, que é a ferramenta necessária para envio de ordens. O tamanho do mini de ibovespa é de R$0,20 vezes os pontos de índice Bovespa futuro. O vencimento é sempre em meses pares, conforme autorização da própria BMF e, o investidor deve ter atenção com a proximidade dos mesmos.

São negociados mini contratos de Boi Gordo, Café, Dólar e Ibovespa, sendo que o último é o único com boa liquidez e possível de se montar um hedge para uma carteira de ações.

Para se fazer um hedge ou proteção da carteira, o investidor deverá montar uma posição financeira em mini contratos do ibovespa, equivalente a sua posição acionária no mercado a vista. Uma forma de cálculo é pegar o valor financeiro da posição acionária e dividir pelo valor do índice multiplicado por R$0,20 que é o valor do mini. 

Número de minis =  Capital em R$ (valor carteira)

                                  Índice bovespa * R$0,20

 O investidor com posição comprada no mercado a vista, ao acreditar numa correção do mercado, ele vende pontos de mini índice futuro, baseado no tamanho da sua posição acionária. Com essa operação ele continua perdendo valor da sua carteira, com a queda no preço das ações, mas a posição vendida em pontos de índice futuro do ibovespa, reduz as perdas, pois ele terá lucro na operação com a queda no valor do índice futuro.

Mas nem tudo são flores nesse mercado. O mini é um derivativo[2] e, como tal, o investidor está sujeito as variações inerentes desse tipo de mercado. A volatilidade é muito maior do que no mercado a vista e, a venda de um número maior de contratos leva o investidor a operar alavancado e, acaba aumento mais seu risco. Falsos movimentos do mercado podem induzir o investidor ao erro.

Antes de iniciar operações nesse mercado, o investidor deve procurar o máximo de informações que encontrar. Seja junto a sua corretor, ou no próprio site da BMF.

É importante ressaltar que as operações com futuro são regulamentadas e fiscalizadas pela CVM e pela própria bolsa como entidade auto-reguladora e, contam também com um sistema de gerenciamento de risco, administrado pela Clearing de Derivativos BM&F, que garante a liquidação das operações e atua como contraparte da negociação.


[1] É um instrumento que visa proteger operações financeiras do risco de grandes variações de preço em um determinado ativo.

[2] Ativos financeiros que derivam, como o próprio nome já diz, de um outro ativo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Novo Site

Senhores,

É com satisfação que anunciamos que lançamos a primeira versão do site da Uniinvest. Uma empresa focada da difusão de conhecimento sobre o mercado financeiro. Para isso disponibiliza cursos de excelente qualidade e diferenciados dos demais encontrados no mercado.

Acesse agora www.uniinvest.com.br.

Abraço a todos
Gustavo Lobo

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ibovespa manterá trajetória de alta ou recente correção mudou rumo do mercado?

Por: Rafael de Souza Ribeiro
26/05/08 - 15h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Desde o último recorde histórico em fechamento - 73.517 pontos, na terça-feira passada - a trajetória de alta do Ibovespa perdeu força e cedeu espaço para um movimento corretivo, que levou o benchmark, no intraday de sexta-feira (23), aos 70.774 pontos, nova faixa de congestão.

Diante deste cenário, fica a dúvida: o Ibovespa manterá a trajetória de alta verificada desde a chegada do investment grade, buscando assim novas máximas, ou o mercado mudou seu rumo e as correções recentemente vistas terão continuidade?

Tendência de alta confirmada
Apesar da aparente correção no curto prazo, Luiz Antonio, operador e sócio diretor da TCX Escola de Operadores, lembra que o índice vem mantendo o viés de alta no gráfico semanal, rumo à casa de 79.500 pontos.

Porém, para que a máxima seja alcançada, Vinícius Vereza, analista técnico da Dojistar Four Gráficos, antevê que o Ibovespa só terá caminho livre depois de ultrapassado o patamar de 74.000 pontos, onde terá mais conforto para novas altas.

À espera deste movimento, Gustavo Lobo, instrutor da Uniinvest, revela que o caráter "sobrecomprado" atual do mercado não inspira confiança para uma eventual locação de posição, opinião esta compartilhada pelo operador da TCX.

Suporte decisivo
Abaixo da mínima de 70.774 pontos, Luiz Antonio prevê que o índice poderá experimentar um movimento mais intenso de correção, com primeiro suporte na casa de 68.600 pontos. Para Vereza, tal patamar pode ser considerado decisivo para uma definição concreta de tendência.

Na análise do sócio diretor da TCX, abaixo deste perímetro, o Ibovespa pode retomar a faixa dos 65.000 pontos, o que inspira atenção ao movimento do mercado e aos patamares traçados para uma eventual mudança de estratégia.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Emissão de ações e fusões e aquisições devem crescer em países emergentes, aponta Merrill Lynch

Valor Online
08/05/2008 18:31

SÃO PAULO - Para o banco de investimentos Merrill Lynch os mercados emergentes são uma boa história de crescimento, pois são uma classe ativo subcapitalizada e pouco alavancada. Por esta razão, o banco acredita que as emissões de ativos e as fusões e aquisições apresentam tendência de alta. 

O banco lembra que para cada US$ 1 emitido em 2003, foram US$ 7 emitidos no ano passado. Este expressivo crescimento coloca os emergentes como responsáveis por 35% das emissões globais em 2007. 

Também foi verificado um forte crescimento nas atividades de fusão e aquisição (M & A). Para cada anúncio de fusão e aquisição em 2003, ocorreram quatro negócios em 2007, tornando os emergentes responsáveis por 28% da atividade global em M & A. 

No entanto, o banco lembra que este forte crescimento não isenta as companhias emergentes da necessidade de aumentar sua alavancagem, o que torna a expansão via emissão de ativos uma tendência forte. 

Somente em 2007, em termos agregados, as empresas emergentes levantaram mais de US$ 550 bilhões no mercado de capitais. Foram quase US$ 200 bilhões em ações, cerca de US$ 100 bilhões em dívida corporativa e outros US$ 200 bilhões via private equity. Em 2003, as emissões totais não atingiram US$ 150 bilhões.

Na América Latina, as emissões de ações, primárias e secundárias, foram recorde, somando US$ 35,6 bilhões. Cifra três vezes maior que os US$ 11,5 bilhões de 2006. Para efeito de comparação, em 2003, foram apenas US$ 200 milhões. Para o banco, este expressivo crescimento decorre de um base de partida muito baixa.

Na avaliação por setor, o banco indica que as emissões continuam bastante concentradas em bancos, indústria, energia e matérias-primas.

Neste começo de ano, no entanto, a turbulência nos mercados financeiros internacionais se fez sentir, reduzindo sensivelmente a atividade nos mercados de capitais. Em termos anualizados, a emissão de ações no primeiro trimestre somou US$ 84 bilhões, pior resultado em dois anos, enquanto a emissão de títulos corporativos somou US$ 18 bilhões, menor ritmo em quatro anos.

Outro ponto destacado pelo Merrill Lynch é a enorme possibilidade de fusões e aquisições entre as empresas de baixa capitalização, ou small caps. 

Segundo o banco, existem 660 empresas atuando dentro do fragmentado e pouco alavancado mercado doméstico emergente. Um setor propenso a consolidação seria o de consumo, pois é bastante pulverizado e tem baixa alavancagem. 

No ano passado, segundo dados do Merrill Lynch, os emergentes fecharam 400 negócios em M & A totalizando US$ 192 bilhões, ultrapassando, assim, os 318 negócios (US$ 110 bilhões) observados entre os desenvolvidos. 

O banco também chama atenção para um fato novo. A compra de empresas em mercados desenvolvidos por companhias emergentes. No ano passado, esta modalidade de aquisição mais que dobrou, somando US$ 80 bilhões, o que representa 43% de todos os negócios fechados por empresas emergentes.

(Eduardo Campos | Valor Online)

sábado, 3 de maio de 2008

Grau de Investimento

por: Gustavo Lobo
03/04/08

O Brasil passa por um momento fantástico economicamente. O grau de investimento concedido pela S&P altera o mercado de capitais no país.

Podemos perceber uma mudança já nos dois últimos dias de pregão como grau de investimento. O volume transacionado pelo ibovespa ficou acima dos R$10 Bilhões. Quem acompanhou viu papéis subirem 20%, 10% em apenas dois dias de pregão. O Real se valorizou substancialmente frente ao Dolár.

Nesses momentos o incauto se assanha e acaba tomando decisões equivocadas. Importante saber que, nem tudo que reluz é ouro. Apesar da elevação do raiting do país, é importante manter a consciência de comprar qualidade.

Mas com absoluta certeza o mercado vai melhorar muito com a maior liquidez!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Brasil recebe título de grau de investimento pela agência S&P

Da Redação do Uol Economia
Em São Paulo

O Brasil adquiriu nesta quarta-feira o título de grau de investimento pela Agência de Rantig Standard & Poor´s. A nota de crédito (rating) para moeda estrangeira subiu para BBB- com perspectiva estável e a nota para moeda local passou de BBB para BBB+, também com perspectiva estável.

Com esta nova nota, o país entra no grupo de países considerados de baixo risco de inadimplência.

Imposto de Renda: o que fazer quando as ações são desdobradas ou bonificadas?

Por: Rafael de Souza Ribeiro
30/04/08 - 14h05
InfoMoney

SÃO PAULO - No último dia para entrega do Imposto de Renda, muitas dúvidas ainda pairam entre os contribuintes que possuem investimentos em ações.

Diante da legislação que regula a descrição de renda variável, uma das questões freqüentemente levantadas diz respeito aos métodos de declaração quando há desdobramento ou bonificação de uma ação.

Cientes da confusão que permeia o assunto, os instrutores da Uniinvest Gustavo Lobo e João Tarcitano reservam uma parte do curso "Formação de Investidores" para explicar o que fazer diante desses eventos de custódia.

Métodos diferentes

Os instrutores da Uniinvest começam lembrando que, ao contrário do sugerido pelo senso comum, bonificação e desdobramento não são a mesma coisa. Na prática, ambas as operações implicam aumento da quantidade de ações. Porém, as semelhanças param por aí.

A bonificação representa a distribuição de resultados da empresa através da emissão de novas ações, realizada quando da incorporação de reservas ao capital social.

Já o desdobramento, também conhecido pelo termo inglês "split", nada mais é do que a simples divisão de uma ação em várias. Normalmente, a empresa opta por repartir a ação visando ganhos de liquidez, tal como ocorrido recentemente com os papéis da Petrobras.

Um exemplo didático

Para fins didáticos, Gustavo Lobo e João Tarcitano pegam como exemplo um investidor que tenha adquirido mil ações da empresa X em 2006, a um custo total de R$ 1.200. Na declaração do ano corrente, o contribuinte irá declarar na parte de "Bens e Direitos" as mil ações da empresa X, no valor de R$ 1.200.

Se, no ano de 2007, o investidor mantém a posse das mil ações e a empresa X faz um desdobramento de 100%, o acionista deverá alterar na parte de "Bens e Direitos" apenas a quantidade de ações possuídas; no caso, duas mil ações.

Porém, se a empresa X optar por uma bonificação de 100%, o investidor deve fazer mais do que simplesmente duplicar sua quantidade. Nesse caso, existe também um custo contábil, que é publicado na ata da assembléia de deliberação. Esse custo às vezes é nulo, mas nem sempre.

Posto que exista o custo contábil, o contribuinte descreve o valor de sua posição acionária como produto da seguinte conta: R$ 1.200,00 + (quantidade de ações recebidas em bonificação multiplicada pelo valor do custo unitário do bônus).

Além disso, na ficha de "Rendimentos isentos e não tributáveis - Lucros e dividendos recebidos", o investidor também contabiliza o produto da quantidade de ações recebidas em bônus pelo custo unitário de cada bônus, lembra a Uniinvest.

terça-feira, 29 de abril de 2008

GazetaInveste - O comportamento das bolsas

Amigos, selecionei esse texto muito interessante, publicado na Gazeta em 7 de Março de 2007. Vale muito a sua leitura.

7 de Março de 2007 - Ao longo dos meus (quase) 30 anos de experiência profissional, pude verificar a grande dificuldade de se prever, com razoável precisão, as diversas variáveis econômicas, como taxa de juros, câmbio, inflação, crescimento do PIB e bolsa de valores, entre tantas outras. Notei que, ao checar as previsões efetuadas, ano após ano, a margem de acerto é bem baixa.

Quando nos focamos na previsão do comportamento das bolsas de valores, sem dúvida é a que gera mais polêmica, devido à sua alta volatilidade (grau de oscilação), principal variável a dificultar essas projeções. Não é por acaso que o investimento no mercado acionário é considerado renda variável e não renda fixa, ou seja, o grau antecipado de acuidade sobre o valor a ser auferido pelo investidor é muito baixo.

Não estou afirmando que essas projeções devam ser, simplesmente, ignoradas. Recomendo apenas que a leitura dessas análises seja feita com cautela.

Há outros fatores, de natureza psicológica, que dificultam ainda mais a possibilidade de acerto nas projeções. São basicamente duas emoções - neste caso antagônicas - que impedem o investidor de agir com a frieza e racionalidade que as bolsas de valores requerem: a ganância e o medo. A ganância aparece quando os mercados estão em alta forte e o sentimento de que a alta irá persistir indefinidamente se instala, impedindo que o investidor venda realizando lucros e, pior ainda, fazendo-o comprar nesses períodos. Situação inversa, o medo surge nos momentos de baixa, quando o investidor acredita que o mercado continuará a cair indefinidamente e que será possível sempre comprar em condições melhores do que as atuais ou, mais grave, forçando-o a vender nessas ocasiões com receio de que as perdas aumentem.

No caso do mercado de ações, ao contrário de outros ativos, quanto menor o horizonte de análise, maior a dificuldade de previsão. Em suma, no longo prazo o retorno das ações cotadas em bolsa se aproxima do real desempenho das empresas em seus balanços financeiros; isto é, os exageros dos períodos de otimismo e pessimismo que ocorrem, rotineiramente, nas bolsas, têm seus efeitos bem atenuados na performance das ações no longo prazo, diferentemente do impacto no curto prazo.

Ao analisarmos o Índice Bovespa desde a sua criação, no início de 1968, até o final de 2006, constatamos que o rendimento médio real nesse período foi de 9,6% ao ano (acima do IGP-DI). Ao longo desses 39 anos, 16 anos apresentaram alta real superior a 15% ao ano e 11 anos, queda real superior a 15% ao ano.

Esses dados nos indicam, claramente, que o mercado acionário tem períodos cíclicos de otimismo e pessimismo que se compensam ao longo do tempo, sempre trazendo o rendimento médio real para próximo do seu padrão histórico.

Ao trazermos a discussão para os dias atuais, podemos fazer uma simulação estatística da faixa de oscilação do índice para o final de 2007, com 95% de confiança, partindo do Ibovespa, ao final de 2006, de 44.473 pontos. Desse modo, chegaremos a um mínimo de 30.800 pontos e um máximo de 59.600, com ponto médio da curva histórica de 42.800. Nota-se que o Ibovespa já estava acima da sua curva histórica de valorização, em dezembro do ano passado, e pode sofrer uma correção mais à frente.

Mais uma vez, o investidor achará que essa faixa é muito ampla, mas a resposta que cabe é que ela demonstra a realidade dos fatos, em acordo com a volatilidade atual; qualquer outro tipo de projeção, aparentemente mais preciso, carece de rigor técnico e não se sustenta em sucessivas projeções.

Muitos profissionais aleguem, em defesa do processo de alta, que estamos em um novo paradigma, devido ao crescimento acentuado da China nos últimos anos. Mas o que se pode afirmar, é que após quatro anos consecutivos de altas expressivas, fato pouco comum na história do Ibovespa, acumulando ganho real de cerca de 211% no período (2003 a 2006), é muito importante ter cautela ao investir, hoje, no mercado acionário, para não ser surpreendido no futuro.

kicker: O mercado acionário tem períodos cíclicos de otimismo e pessimismo que se compensam ao longo do tempo

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Fabio Colombo - Graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica-USP e Administrador de Investimentos)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A Análise Técnica pode ser sua inimiga

Por: Gustavo Lobo
25/04/08

A análise técnica se traduz em uma poderosa ferramenta para se operar nos mercados. Porém o uso indiscriminado dos seus recursos, pode acarretar em baixa performance do trader, e na grande maioria das vezes, a culpa recai sobre o mercado. Por ser altamente capaz de nos fornecer o melhor momento para se efetuar uma compra ou venda, a análise técnica, ou simplesmente AT, fica ainda mais poderosa quando aliamos à uma análise fundamentalista, seja ela setorial, por empresa ou global.

No entanto, a confusão causada pelos vários indicadores, osciladores e demais recursos da AT, embasam a visão do trader, e nos leva a errar.

Operações no mercado financeiro exigem muita dedicação e estudo. Se faz necessário que o trader técnico, ao longo de sua vivencia como operador, crie um banco de dados estatístico de suas operações e ferramentes utilizadas, de modo que sua aprendizagem seja apoiada não somente nos gráficos, mas na sua experiência e feeling. Baseado em sua performance o trader técnico sabe qual o melhor caminho a seguir na hora de montar uma nova estratégia, ou seja, seus dados estatísticos do passado lhe dirão quais ferramentas dentro da AT lhe foram mais favoráveis. E com absoluta certeza, as estratégias mais simples, serão sempre as vencedoras. Por isso, é de grande importância manter o foco na simplicidade e objetividade.

Ao longo do tempo as operações lucrativas tem se mostrados aquelas em que de início entram no lado positivo. Para um operador, não há nada melhor do que acertar logo de cara, assim evitamos outro erro fatal que é o carregamento de operações com prejuízo. É importante não nos iludirmos com os gráficos, sempre achar que o preço voltará ao patamar que pagamos, e nossa análise em hipótese nenhuma pode estar errada.

Volto então ao segundo parágrafo, uma boa análise por meio de gráficos fica ainda mais embasada quando o ambiente da empresa, do setor, os números e a economia como um todo, ou seja, os fundamentos, dão suporte ao que verificamos através dos preços. Essa metodologia tem se mostrado vencedora e de certa forma blindada aos solavancos do mercado.

Gustavo Lobo é administrador pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade Federal de Juiz de Fora. Pós graduado em Estatística pelo Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Juiz de Fora. Atuante no mercado financeiro desde 1999 é Colaborador e colunista do site econômico infomoney e ministra cursos no Opa Cursos

quinta-feira, 24 de abril de 2008

DIVERSIFICAÇÃO

Por: Gustavo Lobo *
24/04/2008

Unanimidade no mercado de ações não é uma coisa muito comum, não seria diferente no caso da diversificação. Para alguns analistas, diversificar a carteira de ações é a solução para minimizar o risco da renda variável, para outros, uma carteira bem distribuída não somente minimiza o risco mas também o retorno, afinal risco e retorno andam em sentidos opostos.

Podemos citar como favorável à diversificação o fato de que o aumento do número de ações nas carteiras traz a proteção necessária, caso alguma coisa saia errado com uma ação ou outra. Esse procedimento padrão, absorve um possível impacto negativo no resultado caso o comportamento nos preços de uma ação não siga o que foi determinado pelo investidor. Chamamos esse risco de não sistêmico, ou seja, o risco de uma empresa ou setor em separado.

Por outro lado, aumentar o número de ações em uma carteira, faz com que o investidor não concentre seu capital nas melhores oportunidades que compõe seu portfólio. Para uma carteira diversificada obter rendimentos acima do mercado, seria necessário que muitas ações que a compõe subissem, o que é mais difícil do que apenas alguma delas.

Outro detalhe diz respeito ao tempo gasto para gestão da carteira pessoal, afinal todo investidor de renda variável deve acompanhar de perto o comportamento dos seus ativos. Acompanhar 10 ações exige um grau de comprometimento, mas acompanhar 30 ações vai exigir do investidor 3 vezes mais. Desta forma a diversificação resulta num maior esforço por parte do investidor.

A diversificação, contudo, não protege o investidor do risco sistêmico, que é o movimento do mercado como um todo. Recentemente, com a crise do subprime, não houve diversificação que segurasse uma baixa em qualquer carteira.

Para os maiores investidores a diversificação é a proteção contra a ignorância. Se o investidor tem certeza de um movimento no mercado, ele deve sim apostar com todas as fichas na sua análise. Mas se o investidor estiver errado ele deve ter a consciência de bater em retirada o mais rápido possível, eliminando assim maiores chances de perda do seu patrimônio.

* Gustavo Lobo é administrador formado pela FEA-UFJF, com especialização em Estatística pelo ICE-UFJF. Lobo atua na área prática do mercado financeiro há 8 anos, fazendo parte da Comunidade InfoMoney de análise técnica

terça-feira, 22 de abril de 2008

O papel do medo na tomada da decisão de investimento






Estamos de volta!

Caros Amigos,

Pedimos desculpas pela inesperada saída do ar do Finanças de A a Z. Estamos retornando com as postagens e agradecemos desde já sua visita.

Em breve teremos novidades por aqui.

Abraços,

Equipe finanças de A a Z.