quinta-feira, 24 de abril de 2008

DIVERSIFICAÇÃO

Por: Gustavo Lobo *
24/04/2008

Unanimidade no mercado de ações não é uma coisa muito comum, não seria diferente no caso da diversificação. Para alguns analistas, diversificar a carteira de ações é a solução para minimizar o risco da renda variável, para outros, uma carteira bem distribuída não somente minimiza o risco mas também o retorno, afinal risco e retorno andam em sentidos opostos.

Podemos citar como favorável à diversificação o fato de que o aumento do número de ações nas carteiras traz a proteção necessária, caso alguma coisa saia errado com uma ação ou outra. Esse procedimento padrão, absorve um possível impacto negativo no resultado caso o comportamento nos preços de uma ação não siga o que foi determinado pelo investidor. Chamamos esse risco de não sistêmico, ou seja, o risco de uma empresa ou setor em separado.

Por outro lado, aumentar o número de ações em uma carteira, faz com que o investidor não concentre seu capital nas melhores oportunidades que compõe seu portfólio. Para uma carteira diversificada obter rendimentos acima do mercado, seria necessário que muitas ações que a compõe subissem, o que é mais difícil do que apenas alguma delas.

Outro detalhe diz respeito ao tempo gasto para gestão da carteira pessoal, afinal todo investidor de renda variável deve acompanhar de perto o comportamento dos seus ativos. Acompanhar 10 ações exige um grau de comprometimento, mas acompanhar 30 ações vai exigir do investidor 3 vezes mais. Desta forma a diversificação resulta num maior esforço por parte do investidor.

A diversificação, contudo, não protege o investidor do risco sistêmico, que é o movimento do mercado como um todo. Recentemente, com a crise do subprime, não houve diversificação que segurasse uma baixa em qualquer carteira.

Para os maiores investidores a diversificação é a proteção contra a ignorância. Se o investidor tem certeza de um movimento no mercado, ele deve sim apostar com todas as fichas na sua análise. Mas se o investidor estiver errado ele deve ter a consciência de bater em retirada o mais rápido possível, eliminando assim maiores chances de perda do seu patrimônio.

* Gustavo Lobo é administrador formado pela FEA-UFJF, com especialização em Estatística pelo ICE-UFJF. Lobo atua na área prática do mercado financeiro há 8 anos, fazendo parte da Comunidade InfoMoney de análise técnica

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